Considerações de fim de ano

Quem não acaba o ano com este contra-senso: passou a correr, mas ao mesmo tempo (quando olhamos em retrospetiva) aconteceu tanta coisa! É assim que me sinto. Houve alegria, tristeza, perda, desânimo, mas também esperança... Houve dias, horas e momentos de tudo. Como todos os anos... Eu acho é que pensamos que o ano novo só vai trazer coisas boas, não é verdade?!

Já disse por aqui que sou bastante reflexiva... Por isso, penso bastante nas coisas que me (nos) vão acontecendo ao longo do ano. Mas sinto que este ano bem que vinha a calhar um retirozito no meio do nada, só com os meus botões... Já tivemos esse costume. De no último dia do ano, ir para um lugar calmo e partilhar ideias, projetos, sonhos, simplesmente divagar sobre as pequenas e as grandes coisas... sobre o nada que às vezes é tudo e sobre o tudo que muitas vezes se converte em nada... Isso era quando éramos só dois.

Nunca me perdi nos desejos... Nos últimos anos são sempre os mesmos dois. Nunca estabeleço demasiados objetivos. Centro-me em coisas concretas, palpáveis (é a minha parte racional a falar). Reorganizo (se for caso disso) prioridades que surjam na resposta a: quem sou, o que me faz feliz, o que é importante para mim, o que me altera, o que tenho de aprender a superar, o que tenho de esquecer, o que tenho de melhorar... 

Alguém me disse há uns tempos que normalmente só mudamos de estilo de vida quando alguma coisa não corre bem... Não concordo totalmente. Acho que as mudanças vem do maior conhecimento de si, dos outros e do meio. Acho que uma das coisas mais difíceis que temos de fazer enquanto seres humanos é ter um autoconhecimento tal que nos permita ser felizes com as opções que tomamos de forma livre, independente e muito consciente. É um caminho longo e nada fácil, mas cada vez mais acho que vale a pena.

Por entre os desejos de sempre, as prioridades de agora e os novos e (alguns) indefinidos projetos, entro confiante em 2015, cuja palavra de ordem é Ação.

Um bom 2015 para todos!