19.12.14

On

Temos autoestradas, temos carros, comboios e aviões... Podemos chegar a todo o lado, mais depressa e aproveitar. Temos computadores, tablets, smartphones... Mas acho que vivemos num ritmo demasiado frenético de quem tem sempre alguma coisa para fazer... sempre ligados, sempre on

Um colega numa dessas conversas banais, mas muito nutritivas para a mente e para a alma, a dada altura saiu-se com esta é que se as autoestradas ainda me permitissem chegar mais cedo para aproveitar e conhecer o lugar ou passear, mas não... estão para que eu trabalhe mais. É como dizer que estive a tarde toda a ler um livro, acho que as pessoas pensam logo a fazer nada portanto. Acho que é o que acontece com os smartphones... quem não leva trabalho para casa à conta de ter um?!

No meio disto tudo penso nos meus avós e nessa geração e não consigo deixar de os admirar... Desenvolveram uma capacidade de resistência emocional e uma paciência que eu não tenho... O marido ia para França e as notícias chegavam meses depois... o filho foi para a Guerra e só voltou a saber dele quando recebeu a notícia de que tinha morrido em combate...

O que sinto é que como tudo é tão imediato e nos pedem sempre quase tudo imediatamente temos a virtude da paciência atrofiada... paciência connosco, com os outros, com as circunstâncias da vida...  Viver doutra maneira é cada vez mais difícil, mas sinceramente acredito que nisto ou naquilo ainda seja possível.

Sem comentários: