A frase não é minha. A autora é uma amiga da alma. "Parecia tudo tão fácil, tão perfeito quando os víamos (pais) a passear no parque com os carrinhos." Sim, na altura estávamos longe de imaginar que aquilo era só a ponta do iceberg. Pura fachada!
A verdade é que nos vendem a maternidade como uma verdadeira maravilha [não quer dizer que não o seja]. Se mantivéssemos a racionalidade seriamos capazes de detectar a charlatanice do produto, mas as hormonas, utopias [comigo vai ser tudo diferente, vai ser tudo mais fácil, vão ver] ou o instinto reprodutivo cegam-nos e pimba quando damos conta...
Consequentemente, o meu produto (filho) será perfeito. [não o dizemos, acho que nem temos consciência de que o pensamos] Um desses que está sempre limpinho, dorme as horinhas todas, nunca faz birras e se as faz acata as nossas repreensões, come a comidinha toda, é educado e nunca nos deixa ficar mal. Qual quê? Era bom, não era!
Como se não bastasse a dificuldade de educar, instruir, transmitir valores, alimentar, cuidar [coisa pouca] e lidar com o choque recente da descoberta das agruras de tão estado de graça, ainda temos de levar com as opiniões dos outros - as dos de casa e dos alheios. Estaria a mentir se dissesse que não aprendi com outras mães e pais, mas surgiram em conversas e não em tom de crítica, de maldizer.
Claro que há sempre algo a dizer. O meu filho não é perfeito. Admito só cheguei a esta conclusão óbvia à pouco tempo. [Culpada] Honestamente acho que ter consciência disso já é meio caminho andado para o ajudar a crescer. Algo vai mal quando achamos que temos um deus em casa e que os dos outros são todos uns diabos. Há crianças que fazem com que tudo seja mais fácil e outras muito mais difícil.
Rotina, atenção, um ralhete, respeito... Conhecê-lo e fazê-lo sentir-se amado, sobretudo nos dias não, nas horas difíceis.
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