12.2.15

I see you

Trago no olhar visões extraordinárias,
De coisas que abracei de olhos fechados...
Florbela Espanca

Num dos meus filmes de eleição [Avatar] esta é a frase de saudação utilizada. E como tratou de explicar o argumentista não deve ser interpretada no seu significado literal. Significa antes, (re)conheço-te e respeito-te. Uma ideia original para substituir aquela palavra que parece que virou cliché, o famoso [Amo-te] e que, por isso, parece ter-se esvaziado de significado. 

Ora aqui está uma ideia gira para o Dia dos Namorados. Tentar transmitir àquele ser especial, sem usar o bendito Amo-te porque já cheira a mofo (não que eu concorde), o quanto a compreendemos, a conhecemos e a respeitamos.

Num desses estudos, que ninguém sabe muito bem porque é que se fazem, dizia que nisto das relações "há os mestres e os desastres". Os primeiros eram pessoas que conseguiam manter um convívio salutar, que falavam e partilhavam as pequenas coisas, que amenizavam crispações, que colocavam o foco nas coisas boas que o parceiro tinha e não nas más. Por seu turno, os "desastres" resumidamente centram-se no lado mau. [A quantidade de estudos que saem para atestar o que é senso comum] Acho que esta "fórmula" pode aplicar-se a todas as dimensões da vida. Claro que se nos centramos no lado mau das coisas, a tendência será criar uma espiral negativa à nossa volta. Eu tenho essa tendência. Felizmente, tenho um grande grau de consciência do meu "eu" e um mestre a meu lado. Por isso, quando me vejo a ir por esse caminho, começo a remar contra corrente, ou pelo menos a tentar. 

Acredito que esta capacidade de ver mais além [compreender], de fechar os olhos e deixar que os outros sentidos e que a voz da alma venham ao de cima é uma capacidade que se treina e que se vai desenvolvendo, mas que requer consciência, tempo e paciência. Assim sendo, continuarei a minha aprendizagem para tentar ver de olhos fechados. I see you.

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